segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Metropolis

Resenha de Tio Cloud
do site JBox

Imagine um filme que tenha em seus créditos 3 dos nomes mais famosos da animação japonesa. Com certeza o resultado não será uma produção qualquer. E é exatamente como Metropolis pode ser descrito: um longa metragem ímpar, de qualidade técnica impecável.

Metropolis, foi lançado no Japão em 2001, após quase 5 anos em produção, e teve 3 nomes de peso envolvidos em sua realização: Osamu Tezuka, Katsuhiro Otomo e Rin Taro. ‘Cloud, cê tá faltando parafuso? Tezuka morreu a quase 20 anos’. Explico: o longa metragem é baseado em um mangá escrito por Tezuka em 1949, o qual teve sua história adaptada por Katsuhiro Otomo (nada mais nada menos que o ‘pai’ de Akira). O aclamado Rin Taro, de Galaxy Express 999, entrou com a direção, e em Metropolis ela se mostra mais eficiente do que nunca.

A animação ficou a cargo da Madhouse, e como todo mundo está careca de saber, o estúdio é sempre sinônimo de qualidade, pois é responsável por obras de sucesso como Vampire Hunter D: Bloodlust, X, Sakura Card Captor e outras produções tecnicamente impecáveis. E o maior trunfo de Metropolis é justamente seu visual: a animação é tão bem feita de forma raras vezes vista até hoje, e consegue com muito mérito mesclar perfeitamente animações tradicionais em acetato, com o que há de mais moderno em tecnologia de animações geradas por computador. E não pense que verá algo no estilo de Dinozarrghhh, o acetato e as cg’s se combinam de uma forma tão harmoniosa que voce não destingue qual é qual. Um trabalho realmente primoroso que beira a perfeição.

Já no início, o filme deixa o espectador de queixo caído. A sequência inicial do longa mostra o público da cidade presente durante a pré inauguração do Zigurate (você saberá o que é isso mais adiante), e deixa qualquer um impressionado, já que todos os personagens que aparecem na multidão (eu disse TODOS) se movimentam de alguma forma. Não dá pra deixar de perceber que a produção teve o cuidado de dar uma movimentação decente até mesmo aos robôs e equipamentos tecnológicos que aparecem durante o filme, dando a ela uma riqueza de detalhes jamais vista até então. E o mais impressionante: Metropolis custou ‘só’ U$ 15 milhões de dólares, uma pechincha, visto que qualquer produção meia boca da Disney não sai por menos do que U$ 40/60 milhões. Não é atoa que o filme chamou atenção até mesmo de James Cameron, o diretor de Titanic, que declarou que a produção é uma das mais belas obras que ele já viu em toda sua vida. Exagero por parte dele? Com certeza não.

Apesar do visual embasbacante, Metropolis não deixa de ter seus defeitos, e talvez isso tenha feito com que o desempenho mundial do filme fosse prejudicado. Ou você já havia ouvido falar dele fora do ‘mundo otaku’? A verdade é que, apesar do reconhecimento da crítica quanto a qualidade técnica, o filme fez feio em tudo quanto é lugar por onde passou, o que fez com que, em alguns países (como o Brasil), ficasse restrito à somente algumas amostras de cinema.

Um dos principais problemas da produção é o roteiro. Sim, apesar de ter sido reescrito por Katsuhiro Otomo com base na obra original de Tezuka, ele ficou sem sustento da metade pra frente. Isso prova que nenhum nome associado a uma determinada produção é sinônimo de que ela saia à altura da expectativa.

A história é bem simples, e apesar de lenta não faz ninguém dormir (como Ghost in The Shell XD). O problema é que a simplicidade inicial faz o espectador compreender bem o que está a acontecendo e vai se formando uma expectativa quanto ao desfecho da história, o que pode acabar sendo um balde de água fria na cabeça de quem está esperando por algo surpreendente: o longa acaba de uma forma sem graça, e várias pontas ficam soltas. Não desenvolveram alguns personagens (como Rock, eu queria saber porquê ele era tão capacho XD) e a relação de Kenichi e a andróide Tima fica bem forçada no final, dá a impressão que o roteirista jogou fora tudo que havia construído até aquele momento.

A trilha sonora também é uma faca de dois gumes: ou você ama ou odeia, pois é regada à jazz. Muita gente achou que ficou legal, outros dizem que não combinou com o estilo do anime, destoando-se do mesmo. Sinceramente, em alguns momentos a trilha realmente parece deslocada, forçada, não tendo o mesmo efeito ‘cool’ que o jazz exerceu em Cowboy Bebop por exemplo.

Outra coisa que muita gente chiou foi o character design dos personagens, que também destoa com o resto da animação. Apesar de não seguirem o visual feito por Tezuka no mangá original, tendo sido ‘modernizados’, foram feitos em cima dos traços do autor (Kenichi, o personagem principal, é ‘meio’ Astro Boy XD), afim de deixá-los com a cara das outras obras de Tezuka. A verdade é que ficaram bem distintos do resto do filme, o que a primeira vista pode soar meio infantil devido ao visual ‘fofo’ dos personagens.

A história
Metropolis é uma daquelas cidades que sempre vemos em produções futurísticas. Com tecnologia de ponta, ela é praticamente controlada por robôs que estão presentes em todas as atividades que outrora eram feitas por humanos. Por conta disso, os robôs são odiados por grande parte da população, que, sem empregos, passam a viver na miséria absoluta. A cidade tem como grande influência uma organização chamada Marduques, que aparentemente tem como missão acabar com robôs problemáticos e ajudar no desenvolvimento da cidade. Mas, na verdade, tal organização que tem como cabeça o Duque Reed (e seu narigão quilométrico) e seu braço direito Rock, está na verdade construindo uma arma chamada Zigurate (ou Torre de Babel, já que Zigurate era como os povos da Babilônia chamavam a Torre ) que tem como objetivo causar descontrole nos robôs. Só que tal arma é apresentada à população e aos governantes como um mecanismo de desenvolvimento para a cidade, já que os Marduques pretendem dar um golpe de estado e assumir o poder.

Durante a pré inauguração do tal Zigurate, chegam à Metroplois o detetive japonês Shunsaku Ban e seu sobrinho Kenichi. Os dois estão na cidade para descobrir o paradeiro do Dr. Laughton, um cientista louco (sempre tem que ter um!), que está sendo caçado no Japão por tráfico de orgãos. O que eles não sabem é que Laughton está trabalhando para o Duque Reed na construção de um andróide que será usada como uma espécie de ‘chave’ para o funcionamento do Zigurate.

Aí todo mundo sabe: Kenichi acaba encontrando o andróide, uma garota chamada Tima (construída à semelhança da filha falecida do Duque Reed), e os dois passam a ser perseguidos por Rock, que quer ‘matar’ a ‘garota’, já que tem ciúmes por ela ser tão importante para seu ‘pai’, o Duque. Um parêntese: falta explicação do porquê Rock é tão apegado ao Duque Reed, já que no filme fica claro que ele não é seu filho legítimo. Além disso o charachter design do personagem é o mais feio do longa. XD

O mais bacana é a ousadia da produção: no ‘clímax’ (ou o que era pra ser, já que o filme deixa a desejar no finalzinho), ao invés de uma música pauleira ou um j-rock que é o de costume, os produtores resolveram colocar a clássica canção “I Can’t Stop Love You” de Ray Charles. Muita gente gostou, outros surtaram ao ver o filme ser ‘estragado’ por algo tão… Ann… Estranho? Particularmente eu gostei, o final já estava muito ruim mesmo, pelo menos a música veio botar mais fubá no angú. XD

O mangá original
A versão em quadrinhos de Metropolis foi lançada no Japão em 15 de setembro de 1949 em formato de ‘comic book’ pela editora Ikuei Publishing, e republicada pelo menos mais 6 vezes, sendo a última em 2001 devido ao lançamento do filme. O mangá, além do visual dos personagens (alguns não lembram em nada os vistos no longa que usa o traço mais ‘moderno’ de Tezuka), traz uma série de diferenças em relação ao filme, dentre elas o fato do personagem Rock exisitir apenas no longa. O mais engraçado é que tal personagem é um dos mais importantes da história da versão animada. ^^

Um detalhe importante: muita gente acha que a obra de Tezuka é uma versão do filme preto e branco Metropolis, de 1926, dirigido pelo alemão Fritz Lang. Apesar dos filmes tratarem basicamente do mesmo assunto, no caso, a relação entre humanos e robôs e como tais afetarão nosso futuro, a obra de Tezuka não é uma versão mangá do filme. Mas falar que foi ‘coincidência’ também é forçar a barra. A verdade é que na época, Tezuka viu um pôster do longa de Lang com uma sinopse, e usou aquilo como referência pra fazer sua história.

No Brasil
O lançamento de Metropolis no Brasil não poderia ter sido mais porco. O longa chegou por aqui em dvd pela Columbia Tristar/Sony, e apesar de ter vindo em disco duplo, o lançamento fez apenas os mais exigentes se decepcionarem. Os motivos foram vários: apesar de dublado pela Cinevídio, o longa não teve a opção de aúdio em português, apenas legendas em nosso idioma. Não seria tão mal (apesar da falta de respeito, já que tinha dublagem pronta), se tais legendas não tivessem inúmeros ERROS de português. Isso ocorreu porquê, pra economizar custos, a Columbia lançou na América a nivel pan regional uma mesma versão, ou seja, o disco que saiu aqui foi o mesmo lançado nos EUA, Argentina, Mexico, etc. A tradução em nosso idioma foi feita por um gringo que acha que sabe falar português, e o resultado é um trabalho porco feito ‘nas coxas’ (lembram das legendas da Locomotion? XD).

Pra piorar a situação, o disco 2, de extras, não tem nem legendas em nosso idioma. Era melhor nem ter vindo tal ‘ disco extra’ (como se a gente não pagasse por ele XD).

Cerca de 1 ano após o lançamento em dvd, Metropolis passou a ser exibido pelo canal premium Cinemax (que faz parte do pacote HBO). Dessa vez as legendas foram corrigidas, pois foram feitas pelo próprio canal. Mesmo assim, a exibição passou meio batida devido à pouca quantidade de pessoas que tem acesso ao mesmo. Vez ou outra o anime ainda é exibido perdido na programação (geralmente em horários como manhã e madrugada..). Foi só no fim de 2006 que o filme finalmente pôde ser visto com sua dublagem em português, pelo canal pago Cartoon Network, que o estreou no bloco Toonami.

Finalizando…
Metropolis é obrigatório pra todo mundo que curte um bom anime. Se não gostar do roteiro, pelo menos a animação irá prender sua atenção. Afinal, não é sempre que aparece algo de uma qualidade tão surpreendente. Assista e veja por si mesmo.

Metropolis
Formato: MKV
Tamanho: 447MB

Lembrando: Tente conseguir o original que vale muito mais. Ele está disponível no Brasil.

Link único AQUI.


domingo, 5 de dezembro de 2010

Akira: Filme feito por fãs


É uma pratica bem comum essa de fãs realizarem filmes de seus personagens de quadrinhos, cinema ou literatura de forma caseira. Alguns com boa qualidade como Batman: Dead End e outros com qualidade de fato caseiras e ruins. Bom, sem querer sacando no Youtube eu me deparei com esse Fan-Film do Akira com atores de carne e osso. Não é lá muito recente, mas particularmente... eu ainda não tinha visto. Claro que tem algumas coisas toscas, mas tem umas montagens bem feitas e até uns efeitos especiais que convence um bastante. Nada hollywoodiano, mas o suficiente para dar pelo menos vontade de ver Akira na tela grande com atores de verdade. O filme em Live-Action de Akira está numa pendenga danada nos Estados Unidos sobre produção de Leonardo DiCaprio e com a Warner Bros. como estúdio por trás, mas até agora não tem saído muito do lugar. Seja como for, aproveite o vídeo acima. Dá pra divertir. Há um making off também desse mesmo vídeo que pode ser visto AQUI.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Domu Volume Único


Uma série de mortes estranhas em um conjunto habitacional no Japão. Um velho senil com vastos poderes extrasensoriais, que vê as pessoas ao seu redor como brinquedos. Uma garotinha com os mesmos poderes, que acaba por desafia-lo. Esses elementos levam a uma extrema guerra psiquica, onde as neuroses dos moradores do conjunto poderão explodir. Esses são os elementos do manga "Domu: A Child's Dream", de Katsuhiro Otomo, o criador de "Akira".

Primeiro manga a ganhar em 1984 o Prêmio Grand Prix de Ficção Cientifica do Japão, "Domu: A Child's Dream" começa quando a policia investiga o suicidio de Genji Ueno, um morador do Conjunto Habitacional Tsutsumi, que se jogou do alto de seu prédio. O que seria por si só algo terrivel se torna ainda mais arrepiante quando os investigadores verificam que a vitima não tinha historico de doenças mentais, nenhum inimigo, não deixou nota, absolutamente nada... e que pulou de um telhado no qual o unico acesso estava trancado... Some isso as outras vinte e duas mortes inexplicadas que ocorreram nos ultimos três anos no Conjunto Tsutsumi e qualquer um poderá entender porque os investigadores, liderados pelo Inspetor Yamagawa e os Detetives Takayama e Ito, consideram a possibilidade de "que há algo lá fora".

Eles não fazem idéia do quanto estão proximos e ao mesmo tempo distantes da verdade (o que é um ponto a favor da historia - a policia não consegue resolver o misterio não por ser incompetente, mas porque mais que se esforçem, eles não *podem* perceber o que realmente acontece naquele conjunto habitacional...).

Enquanto isso, um solitário velho senil, que age como uma criança, se diverte... usando seus grandes poderes psiquicos para controlar a vida e a morte de seus vizinhos, que nem desconfiam que são seus brinquedos. Mas logo seu "reinado" vai ser desafiado em seu próprio jogo por outra voz em sua mente, a de Etsuko, uma menina com poderes no mesmo niveis que o dele - se não maiores - e que acabou de se mudar com sua familia para o conjunto habitacional... e ela decidamente não gosta das coisas que aquele "garoto mau" (como ela o chama) está fazendo... e nessa guerra extrasensorial entre esses adversários, os moradores do conjunto habitacional estão para se tornar os peões...

A arte de "Domu: A Child's Dream" impressiona em vários aspectos. O monolitico conjunto habitacional (bem diferente dos construidos no Brasil) parece ao mesmo tempo ter um ar mundano de normalidade, com paredes e lugares um pouco deteriorados, crianças brincando entre os prédios, moradores conversando à toa... mas ao mesmo tempo os predios do conjunto dão um ar opressivo, sinistro ao lugar (o que as mortes estranhas não ajudam nada a dissipar), como se a maneira como o conjunto aglomera tantas pessoas num ponto só acabasse dando um curto-circuito nas relações humanas, levando aos vizinhos saberem de tudo uns dos outros, mas não se conhecerem de maneira nenhuma, deixando com que coisas estranhas aconteçam nas sombras, sem que ninguem veja. Outro ponto alto da arte são as expressões dos personagens, desenhadas num estilo mais realista que o padrão "olhos-grandes" porem mais estilizado que o de "Lobo Solitario" por exemplo, mas que mostra com perfeição as emoções dos personagens, seja a arrepiante expressão de feliz expectatva do velho com a queda de um bebe de um dos apartamentos, ou a expressão de horror de uma medium experiente ao se proximar do conjunto habitacional... o que demonstra o poder envolvido na disputa silenciosa (naquele momento) por aqueles dois titãs psiquicos.

E com uma narrativa caprichada, que passa do calmo e mundano para o sinistro e perigoso, da silenciosa batalha de vontades até a ação cinematográfica, "Domu: A Child's Dream" é uma leitura essencial para qualquer pessoa que goste de mangas ou historias de suspense e horror com um toque de ficção cientifica.

Domu:
79 MB
Fansube: Descargas404

ATUALIZADO com link novo em espanhol.

Parte única:
Direta no site pelo Mediafire nesse LINK.
Obs: Versão em espanhol. Por ora sem a versão em Português.

Fonte da resenha: Rede RPG por Jocimar Oliani

Roujin Z

A palavra "roujin" significa velho ou idoso em japonês, e são exatamente os idosos o centro do enredo deste anime. O "Sistema de Emergências Médicas", instaurado no Japão há 10 anos, foi criado para dar um atendimento mais digno à população. Mais de 7 milhões de bips foram distribuídos a pacientes cardíacos e idosos mas, infelizmente, com os setores de emergências lotados, a falta de funcionários e o baixo orçamento disponível, pode-se dizer que este sistema está saturado, à beira do colapso.

O Ministério do Bem-Estar Social anuncia o surgimento daquele que, em sua opinião, é o maior projeto do século, capaz de solucionar este problema e oferecer um atendimento digno aos idosos: uma máquina chamada Z-001, um equipamento médico completo gerenciado por um computador de 6a geração e capaz de, entre outras coisas, banhar o idoso, alimentá-lo, medir a sua temperatura, coletar excrementos e até mesmo possibilitar que ele faça exercícios. A máquina não pára nunca, resiste a qualquer intempérie natural e, maravilha das maravilhas, é capaz de evoluir!

Quem acaba servindo de cobaia nesta experiência é o pobre Kijuro Takazawa, um senhor muito velho e viúvo que é cuidado com todo o carinho e atenção pela voluntária Haruko Mihashi, uma dedicada estudante de enfermagem. Tendo recebido autorização da família, os agentes do Ministério retiram o sr. Takazawa dos cuidados de Haruko, de maneira meio truculenta. A pobre estudante questiona o experimento, ao duvidar da capacidade de uma máquina em dar amor a um paciente, e começa a se preocupar para valer quando, depois de um tempo, recebe um inesperado e improvável chamado do sr. Takazawa. O que estaria acontecendo de verdade com o pobre idoso, e o que seria, na realidade, esta suposta "máquina maravilhosa" chamada Z-001?

Apesar de tratar de um tema sério, "Roujin Z" conta com um humor visual cáustico que, certamente, foi contribuição do diretor Hiroyuki Kitakubo. É de se admirar a capacidade de Kitakubo em conseguir criar animes piradíssimos sem que isto prejudique a força do interessante enredo. Mas como foi dito acima, "Roujin Z" é, acima de tudo, uma obra de Katsuhiro Otomo, com temas que são a cara de seu criador: supercomputadores, tecnologia de ponta colocando em risco a segurança das pessoas, militares fazendo uma bobagem atrás da outra, tudo isto em meio a muita destruição, é claro. Apesar de ser um anime quase pastelão, com direito a exageros visuais que poderiam muito bem aparecer em obras como "FLCL" e "Dead Leaves", "Roujin Z" usa este humor escrachado justamente para cutucar o espectador, mostrando como certas pessoas são capazes de fazer propostas indecentes em nome do dinheiro e do poder, transformando o povo comum num detalhe sem muita importância. Alguns detalhes criativos do roteiro são de uma felicidade imensa, como os idosos "hackers" e a união entre jovens e velhos para combater um inimigo comum. Tudo isto, é claro, feito com um bom humor danado, evitando que algum dramalhão clichezento apareça para estragar tudo.

"Roujin Z" não chega a ser nenhum assombro em termos técnicos, até mesmo por ser um OVA, e não um longa-metragem. O "chara design" de Hisashi Eguchi é sempre ótimo, com cada personagem tendo traços bem diferentes uns dos outros, sem contar as mudanças faciais enlouquecidas, com os personagens passando de expressões normais para um SD ensandencido em questão de milissegundos. E Katsuhiro Otomo também arrebenta como desenhista mecânico, criando estruturas super-detalhadas e muito bem animadas que, se não chegam ao nível de perfeição de um "Akira", por exemplo, são de longe o aspecto técnico mais chamativo deste OVA. A trilha sonora é uma faca de dois gumes, pois se na maior parte do tempo o instrumental alegrinho dá um clima perfeito às cenas, rumo ao final as coisas mudam um pouco...

E é exatamente rumo ao final que começam os problemas. "Roujin Z" é um anime cujo ritmo não cai em nenhum momento, mas se no terço inicial as coisas fluem bem, sem atropelos, a situação começa a mudar da metade para a frente, com algumas quebras estranhas no ritmo, situações cômicas que não são tão engraçadas quanto deveriam e exageros que vão aumentando em escala exponencial. Uma parte em especial, relativa a uma certa "cópia de voz", é tão podre que praticamente serve como divisor de águas entre a parte boa e a parte medíocre do anime. "Roujin Z" vai ficando tão aloprado e a música se torna tão estridente e incômoda que o espectador, nervoso e com o coração palpitando, começa a torcer para que toda aquela alopração termine logo.

Com muitas idéias legais, como a possibilidade da existência de um organismo biomecânico capaz de evoluir, "Roujin Z" mostra mais uma vez a excepcional criatividade de Katsuhiro Otomo, ainda que, como roteirista de animes, ele ainda não tenha atingido o mesmo domínio narrativo que demonstra nos mangás que escreve. Não é uma obra memorável, mas está muito longe de ser dispensável. Ah, e quase que me esqueço! "Roujin Z" perde muito do seu encanto rumo ao final, é verdade, mas os dois minutinhos finais da obra são excepcionais.

Roujin Z (Legendado)
MKV
BDrip

2,52 GB






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Resenha: Desconhecida

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Akira Mangá versão colorido

Essa é a versão que saiu nos Estados Unidos e logo depois veio para o Brasil pela Editora Globo em 1990. Infelizmente o mangá ficou parado perto do final, mas não por incopetencia da editora, pois o problema como muita gente sabe é que Katsuhiro Otomo teve de parar de produzir o mangá para poder se dedicar ao filme. Ainda assim em 1998 a editora Globo voltou a editar Akira para poder finalizar a série. E essa foi a primeira e única vez que o brasileiro sentiu o gostinho de Akira em bancas nacionais. Eu tenho apenas as primeiras edições e as últimas. Era complicado achar isso nas bancas e ainda mais complicado para um adolescente se trampo comprar, pois para a época as edições eram bem salgadas. De qualquer forma, aí está a versão em cores da obra-mestre de Otomo.

ATUALIZAÇÃO * 10/02/2017

NOVO LINK para a versão colorida da Editora Globo:

ATUALIZAÇÃO * 06/07/2018

NOVO LINK para o mangá colorido da Globo no Rapadura Açucarada clicando AQUI