domingo, 14 de novembro de 2010

Katsuhiro Otomo

Akira é considerada uma das obras responsáveis por abrir as portas do mundo ocidental para os criadores do mangá e do anime moderno, tamanho foi seu sucesso. Mas por trás de toda grande criação está um homem de um talento incrível: Katsuhiro Otomo. Ele é um dos autores mais famosos da atualidade e é um poço de criatividade. Está sempre pronto para criar, desenhar e dirigir suas histórias.

A paixão pelo desenho o fez estar sempre ligado com a arte, seja fazendo desenhos publicitários, participando de clubes de pintura ou desenhando mangás. Para explicar essa sua fascinação ele disse uma vez: “É como acontece com uma pedrinha na natureza. A areia se acumula e com o tempo surge uma montanha... Com a erosão e as mudanças de temperatura ela desmorona em um vale e pode ser varrida pelo vento ficando menor até se tornar uma pedrinha. Isso significa que mesmo uma pedra encontra o caminho para tornar-se o que é.”

Katsuhiro Otomo nasceu em 14 de abril de 1954 na província agropesqueira de Miyagi, 400 km
há nordeste de Tóquio. Sempre foi um grande fã de cinema e viajava mais de três horas de uma província a outra para ir às salas. Em suas viagens de trem, ele ficava analisando as pessoas nos vagões como uma forma de exercitar sua criatividade para gerar novas idéias. Filmes como Sem Destino e Bonnie & Clyde ajudaram o autor a visualizar as histórias que iria criar no futuro. Mas além disso, todos esses filmes mostravam pessoas que saiam do cotidiano de suas vidas para procurar coisas novas, e isso serviu de inspiração para que Otomo saísse de casa em busca de um ideal: tornar-se um desenhista de mangás.

Ainda muito jovem, logo depois de ter se formado na escola Sanuma em 1973, ele largou a possibilidade de fazer faculdade para se tornar um Mangaka. Em agosto do mesmo ano, publicou sua primeira história que era uma adaptação do romance Mateo Falcone, escrito por Prosper Mérimée. Mas seu primeiro trabalho profissional chama-se Ju-Sei (relato da arma) que também foi lançado no mesmo ano.

De 1974 a 1978, ele usou seu dom para desenhar uma série de histórias curtas (de vinte a trinta páginas), que eram publicadas na revista japonesa Action e ajudaram a aumentar sua reputação. Posteriormente essas histórias foram relançadas no Japão em formato de diversas coletâneas começando por Short Piece (publicado em 1979), Highway Star (outubro do mesmo ano), Good Weather (publicado em março de 1981) e Boogie Woogie Waltz (publicado em maio de 1982).

Mas Fireball surgiu numa revista de pequena circulação em 1979, apesar de não ter sido completada pode ser considerada sua primeira grande saga. Fireball explorava a temática do homem contra o computador e é considerada a primeira experiência do autor com histórias de ficção científica. O computador de Fireman chamava-se Atom, uma homenagem do autor ao Menino Biônico (Tetsuwan Atom) criado por Osamu Tezuka.

Otomo sempre dizia que cresceu lendo muitos mangás de desenhistas famosos e por isso queria deixar também a sua marca em títulos que jamais seriam esquecidos. Seu estilo era tão estimulante e inovador que uma vez o jornal Asahi, uma das mais famosas publicações do Japão, disse: "Assim como as novas produções do cinema fecharam o capítulo dos antigos filmes de Hollywood, Otomo está agora quebrando as tradições dos quadrinhos japoneses".

Fonte: Sobresites
Texto: Renato Siqueira

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